Um dos alvos da Operação Snow, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na manhã desta terça-feira (26), o policial civil, Hugo Cesar Benites, não foi preso durante a ação por estar de férias no Paraguai, segundo informações apuradas pelo Jornal Midiamax.
Hugo entrou para a polícia em 2018. O outro policial civil que seria alvo da ação já foi preso anteriormente depois de ser flagrado transportando drogas para a organização. Foram expedidos 21 mandados de prisão e mandados de busca e apreensão.
Segundo o MPMS (Ministério Público Estadual), a organização era altamente estruturada, com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, entre eles policiais cooptados pela organização. O grupo usava empresas de transporte para lavar o dinheiro. Os policiais faziam o transporte de cocaína em viaturas oficiais, já que não seriam paradas nas rodovias.
A Polícia Civil através da assessoria disse em nota que um procedimento administrativo foi aberto para apurar a conduta/envolvimento dos policiais civis com o grupo criminoso, "Reforçamos o compromisso de não não tolerarmos com desvios de conduta nem qualquer comportamento que comprometa a integridade da instituição e a confiança da sociedade."
A lista dos mandados de prisão conta com empresários, caminhoneiros a homicidas.
O Jornal Midiamax tentou contato com o policial Hugo Benites e com a defesa dele, mas nenhum advogado constituído pelo investigador foi encontrado. As tentativas de contato foram devidamente registradas e o espaço segue aberto para futuras manifestações.
O espaço também segue aberto para manifestação dos outros 20 alvos da operação. Os nomes foram divulgados pela reportagem por se tratar de documento oficial da investigação do Gaeco.
A operação foi deflagrada contra um grupo criminoso de tráfico de cocaína que cooptava policiais para a organização que usavam viaturas para fazer o transporte da droga.
Uma das maneiras utilizadas pelo grupo para trazer a droga de Ponta Porã até Campo Grande, de onde saía para outros estados, era o chamado "frete seguro", por meio do qual policiais civis transportavam a cocaína em viatura oficial caracterizada, já que, como regra, não era parada, muito menos fiscalizada por outras unidades de segurança pública.
O grupo transportava a droga oculta em meio a uma carga lícita, o que acabava por dificultar a fiscalização policial nas rodovias, principalmente quando se tratava de material resfriado/congelado, já que o baú do caminhão frigorífico viajava lacrado.
A organização ainda fazia a transferência da propriedade de caminhões entre empresas usadas pelo grupo e os motoristas, para assim chamarem menos a atenção em eventual fiscalização policial. Ainda segundo o Gaeco, foi possível identificar mais duas toneladas de cocaína da organização criminosa, apreendidas em ações policiais.
Fonte: MidiaMax