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Dona de creche clandestina é presa por dopar, bater e torturar crianças em Naviraí

Delegada monitorou por imagens cenas em que a detida dava remédio e surrava até bebê de 11 meses

Por MS da Hora em 12/07/2023 às 08:37:16

Dona de uma creche clandestina situada em Naviraí, cidade distante 364 quilômetros de Campo Grande, foi presa pela Polícia Civil nesta terça-feira (11) por torturar crianças com idades que oscilam entre 11 meses a sete anos.

A delegada que atuou no caso, Sayara Baetz, pediu a prisão da dona da creche, uma ex-babá, de 30 anos de idade, depois de assistir, online, a violência contra meninos e meninas. Tortura é um crime inafiançável e pode motivar pena de até oito anos de prisão.

A delegada divulgou o triste episódio por meio de uma coletiva de imprensa via Facebook, na tarde desta terça, a qual o Correio do Estado acompanhou.

Sayara disse que semana passada recebeu denúncia anônima por meio de uma mãe que deixava o filho na creche. O filho dela não sofreu violência, contudo, ficou atormentado de ver colegas, inclusive apanhando da dona da creche.

Daí, afirmou a policial, ela instaurou inquérito e fez um apelo à Justiça como meio de obter autorização para instalar equipamentos de captação de imagens, dentro da cheche.

Com mandado favorável na mão, a delegada acionou o setor de inteligência da Polícia Civil e obteve êxito.

Câmeras foram instaladas na creche sem que a dona ou funcionárias notassem.

A creche passou a ser monitorada ontem, segunda-feira (10). Um só dia, afirmou a delegada, foi o suficiente para flagrar as cenas de violência contra as crianças.

De acordo com Sayara Baetz, a dona da creche dava remédios que seriam indicados a pacientes com enjoos e vômitos às crianças com menos de dois anos de idade. Tal medicamento, afirmou ela, não é recomendado às crianças.

O efeito dos remédios: as crianças ficavam sonolentas o tempo todo, ou seja, enquanto ficavam na creche, dormiam.

A delegada narrou ainda que uma das crianças, de 11 meses, foi espancada pela dona da creche porque chorava. Noutro caso, uma criança, sustentou a policial, foi humilhada diante dos colegas por ter feito xixi na roupa.

A creche em questão, que não tem nenhum documento que a autorizaria seu funcionamento, abriga ao menos 40 crianças, disse a policial e funcionava o dia todo. Foi fechada depois da prisão.

Alguns pais já foram ouvidos e, a partir de agora, passaram a notar estranhos comportamentos dos filhos, que percebiam antes, mas nem sequer suspeitavam que eram provocados pela violência a que eram submetidos na creche.

A delegada disse quem alguns pais disseram a ela que as crianças "dormiam muito" ou queixam-se por fome quando eram pegos na creche.

Sayara afirmou também que a justiça derminou a prisão preventiva (sem prazo definido) da dona da creche.

Uma funcionária dela também foi detida, mas posta em liberdade por não ter sido flagrada agredindo as crianças.

"Mas estamos investigando ainda o caso", afirmou a policial, que não descartou a hipótese de pedir a prisão da monitora das crianças.

As torturas, sustentou a delegada, ocorriam por meio gritos, tapas e xingamentos contra as crianças.

A dona da creche anunciava seus serviços por meio das redes sociais. "Seu bem mais precioso em boas mãos", era o bordão da propaganda.

Fonte: FATIMA EM DIA

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